A médica Kátia Vargas, acusada de duplo homicídio dos irmãos Emanuel e Emanuelle, foi considerada inocente pelo júri, de acordo com informações de advogados e promotores envolvidos no processo. Os jurados consideraram que a médica não cometeu crime no momento em que aconteceu o incidente que culminou com a morte dos irmãos, no bairro de Ondina. A informação foi divulgada no começo da noite desta quarta-feira (6), após dois dias de oitiva de testemunhas, cinco de acusação e cinco de defesa, argumentos do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e do advogado da família dos irmãos mortos em outubro de 2013, e também dos defensores da médica, que sugeriram a inocência da médica desde o início do julgamento. Antes do anúncio da sentença, as duas famílias rezavam. A mãe dos irmãos, Marinúbia Gomes, chorou e foi amparada por parentes. O julgamento do caso, que comoveu a Bahia e chamou atenção do país, começou na terça (5). Durante quase dez horas, testemunhas de defesa e acusação deram suas versões sobre o fato. Os testemunhos convocados pela acusação corroboraram a tese do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e das investigações de que a médica provocou o acidente propositalmente, após uma discussão de trânsito com os irmãos. Por outro lado, a defesa tentou desmontar a tese, afirmando que não havia provas da intencionalidade de Kátia. Um perito convocado por ela sustentou que o acidente ocorreu após a moto em que estavam os irmãos ter passado por uma vala, levando Emanuel a perder o controle do veículo e batendo no poste. O depoimento dele, que contrariou a perícia feita pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT), foi criticado pela família, promotores e advogados das vítimas. Nesta quarta (6), defesa e acusação debateram as teses. A acusação continuou defendendo a condenação da médica por homicídio doloso. Já a defesa pediu que ela fosse inocentada ou condenada a homicídio culposo. O dia também foi marcado pelo testemunho de Kátia. Demonstrando estar abalada, ela contou o que viveu após o acidente e chegou a admitir que foi imprudente ao trânsito, mas não teve intenção de matar os irmãos. O Ministério Público e o advogado da família dos irmãos mortos pedia condenação por homicídio doloso, quando há intenção de matar, em que a pena pode chegar a 20 anos. Mais cedo, a defesa da família dos irmãos mortos sugeriu que, independente do resultado, haveria recurso de qualquer uma das partes envolvidas.
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