O prefeito de Candeias, Sargento
Francisco (PMDB), alvo de um pedido de anulação da convenção que homologou a sua
candidatura e de um processo ético-disciplinar pelo seu próprio partido,
negou ter promovido uma negociata para conquistar o apoio do PSDC local nas
eleições deste ano. De acordo com a documentação enviada pelo comandante da sua
sigla, senador Valdir Raupp (RO), à Justiça Eleitoral e ao Ministério Público,
um termo de compromisso supostamente redigido por ele prometia conceder ao PSDC
R$ 60 mil em cargos da prefeitura e R$ 90 mil em espécie, entre outros
favorecimentos, em troca da adesão. Para o gestor, a denúncia trata-se de uma
fraude da sua concorrente Tonha Magalhães (PR) para “eliminar os adversários”.
“Esse documento, inclusive, eu digo que seria totalmente forjado, porque nós
não assinamos absolutamente nada. O próprio presidente do PSDC local [Sarney] e
os candidatos a vereador estão totalmente revoltados com esta situação. O que a
gente percebe é que há uma grande armação por conta da nossa adversária que
tenta, através de atitudes espúrias, tentar se manter sozinha no páreo”,
defendeu-se Francisco, em visita à redação do Bahia Notícias, ao prometer
acionar os seus advogados “para identificar os autores e responsabilizá-los
pelo que eles cometeram”. Embora negue os termos financeiros do acordo, o
peemedebista admite, entretanto, que houve ofertas de cargos para adquirir
aliados. “Dentro de um processo político, os acordos políticos acontecem em
todos os trâmites, não nessa situação que foi colocada, mas nenhum partido vai
apoiar outro sem que venha, no futuro, ter uma participação no governo. Isso é
natural dentro de um processo político, seja municipal, estadual ou federal”,
argumentou.
Apesar de lutar
contra a própria direção da sua sigla, o gestor diz que pretende manter-se no
PMDB, partido pelo qual se elegeu vereador por três mandatos, mas se declara
“entristecido” com o confronto interno. “O PMDB sempre foi historicamente
adversário de Tonha e há uma resolução da executiva nacional de que os
diretórios municipais preferencialmente têm que ter candidato. O que me
estranha é essa atitude do presidente estadual [Lúcio Vieira Lima]. Como o PMDB
hoje quer abrir mão de uma candidatura com grandes chances de ganhar as eleições
por um compromisso do qual não tenho conhecimento? Querem tirar a oportunidade
do partido de ganhar na quinta cidade em arrecadação da Bahia. Estão querendo,
mas não vão conseguir”, apostou, ao destacar que a sua candidatura está
alicerçada em uma “coligação sólida” com o PMDB, o PTB, o PRTB e o PTdoB
locais. Sobre as acusações de possíveis crimes eleitorais, Francisco não
descartou ainda a hipótese de o grupo ligado à ex-prefeita Tonha requerer o seu
impeachment na Câmara Municipal, porém se diz “tranquilo”. “Eu não acredito que
isso venha a acontecer, até porque, quem propuser essa situação vai ter que
provar por A mais B que o que foi colocado e posto é real. Eu não tenho nenhum
tipo de suspeita em relação a isso, mas só acho que é uma situação esdrúxula.
Eu não pratico nem nunca pratiquei nenhum ato espúrio na política. Quem colocou
essa situação nós já sabemos quem é. Certamente são vereadores que estão ao
lado da candidata [Tonha]”, apontou.
Fonte: Bahia Notícias
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