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Aposentados se enrolam com o consignado na Bahia: 1,5 milhão de contratos


Só no mês de julho, mais de 44 mil aposentados comprometeram parte do orçamento com prestações de empréstimo


Seja para reformar a casa ou fazer a festa de 15 anos dos netos. Na hora que o bolso aperta e o salário já não dá mais para nada, aposentados e pensionistas não hesitam em pegar o empréstimo consignado, aquele com desconto em folha. Para se ter uma ideia, o número de contratos ativos na Bahia é de 1.518.906, quase o mesmo do total de segurados do INSS no estado, 1.581.547.

Só no mês de julho, mais de 44 mil aposentados comprometeram parte do orçamento com prestações de empréstimo. O número coloca o estado em primeiro lugar no ranking nordestino de aposentados que recorrem ao consignado. Nacionalmente, a Bahia ocupa a quinta posição, perdendo para São Paulo, Rio, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. 

Aposentados como Rosane Sales, 66 anos, engrossam a estatística. Três mil reais foi  quanto ela pegou de empréstimo em 2008. O dinheiro, conta, foi usado para pagar a sua faculdade de Turismo. O curso já terminou. Já as prestações da dívida ainda vão perdurar por um bom tempo. “Tinha dividido em 60 vezes, mas depois renegociei e agora não sei mais quando vou terminar de pagar”, afirma. 

De acordo com Rosane, depois que pegou o primeiro empréstimo, ela nunca mais conseguiu se reerguer financeiramente. “É a pior miséria. A gente vai acumulando as dívidas e vira uma bola de neve”. Mesmo assim, ela diz que não havia outra saída. “Nosso salário não dá para nada. Aí nós precisamos  tomar dinheiro para ajudar a família e bancar outras despesas pessoais”. 

Aposentada há 13 anos, Amélia Rodrigues, 68, também não pensa duas vezes quando precisa recorrer ao consignado. A última vez, lembra, pegou um empréstimo de quase R$ 5 mil, para montar um ateliê de arte em casa. Mas garante: nunca atrasou uma prestação. “Não gosto de ficar devendo. Procuro sempre honrar meus compromissos em dias”. 

Para isso, ela não compromete mais que R$ 200 da sua renda, que gira em torno de dois salários mínimos (R$ 1.090). Outra dica, segundo ela, é se informar sobre as condições do contrato. “Para não cair em armadilhas”. 

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